1. Unidade de Dermatologia, Departamento de Medicina Interna, Ladoke Akintola University of Technology Teaching Hospital, Ladoke Akintola University of Technology, Ogbomoso, Oyo, Nigéria
2. Unidade de Terapia Intensiva em Psiquiatria, Thompson General Hospital, Thompson, Manitoba, Canadá
3. Departamento de Dermatologia e Venereologia, Obafemi Awolowo University Teaching Hospital Complex, Obafemi Awolowo University, Ile-Ife, Osun, Nigéria
4. Departamento de Medicina Interna, Ladoke Akintola University of Technology Teaching Hospital, Ladoke Akintola University of Technology, Ogbomoso, Oyo, Nigéria

Recebido 29 Novembro 2017
Aprovado 21 Maio 2018
Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum
Como citar este artigo: Akinboro AO, Adelufosi AO, Onayemi O, Asaolu SO. Body dysmorphic disorder among patients attending a dermatology clinic in Nigeria: sociodemographic and clinical correlates. An Bras Dermatol. 2019;94(4):422-8.

Correspondência:

Adeolu Oladayo Akinboro
E-mail: deolusteve111@yahoo.com

 

Resumo

FUNDAMENTO: O transtorno dismórfico corporal (TDC), ou dismorfia corporal, é um transtorno psiquiátrico relativamente comum no contexto da Dermatologia e da Cirurgia Cosmética e Plástica, mas é subdiagnosticado e subnotificado na África.
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência de transtorno dismórfico corporal e de sintomas de ansiedade/depressão, e identificar a associação com fatores sociodemográficos e clínicos.
MÉTODOS: Foi realizado um delineamento com amostragem aleatória sistemática para recrutar 114 pacientes com doenças dermatológicas. Foram obtidos dados sociodemográficos e clínicos. Os instrumentos Body Dysmorphic Disorder Modification of the Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale e Hospital Anxiety and Depression Scale foram administrados, e os dados foram analisados com o pacote SPSS 20 (No tópico "Análises estatísticas", que se encontra no meio do artigo, os autores afirmam que os dados foram analisados com o pacote SPSS 18. Portanto, acho interessante consultá-los para saber qual das duas informações é a correta).
RESULTADOS: A média de idade dos participantes foi de 37,70±17,47 anos, com 67/114 (58,8%) do sexo feminino. A prevalência de transtorno dismórfico corporal foi 41/114 (36,0%), e sintomas de ansiedade/depressão foram diagnosticados em 35/114 (30,7%). A prevalência de transtorno dismórfico corporal em pacientes com sintomas de ansiedade ou depressão foi de 15/41 (36,6%), e os pacientes com doenças na face apresentaram a maior carga de sintomas de ansiedade e depressão, com 15/35 (42,9%). Os fatores associados ao TDC incluíram idade acima de 50 anos (p=0,039) e ansiedade/depressão (p<0,001), enquanto escolaridade menor de ensino secundário (No Brasil não se usa mais este termo. Seria esse ensino secundário lá equivalente ao nosso "ensino médio"? Em caso positivo, é preciso modificar o termo em todo o texto. Marquei-os ao longo do artigo) completo esteve associada a uma média mais alta na escala de ansiedade/depressão (p=0,031). Em um modelo de regressão logística binária, a presença de sintomas de ansiedade/depressão mostrou estar associada ao transtorno dismórfico corporal (OR=10,0, IC: 4,1-28,2, p<0,001).
LIMITAÇÕES DO ESTUDO: O estudo não foi controlado e foi realizado em uma única clínica, o que limita a generalização para outros contextos.
CONCLUSÃO: A prevalência de transtorno dismórfico corporal é alta em pacientes dermatológicos, sobretudo naqueles com doenças na face, que estão associadas a uma maior carga de sintomas de ansiedade/depressão. Os resultados chamam a atenção dos dermatologistas para a importância da investigação rotineira do transtorno dismórfico corporal, com encaminhamento dos pacientes para cuidados de saúde mental.

Palavras-chave: Ansiedade; Dermatologia; Transtornos dismórficos corporais

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