1. Serviço de Dermatologia do Hospital São Lucas – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) – Porto Alegre (RS), Brasil
2. Departamento de Medicina Social da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) – Pelotas (RS), Brasil
3. Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil
4. Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde – Brasília (DF), Brasil

Trabalho submetido em 09.11.2015.
Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 19.09.2016.

Suporte Financeiro: Nenhum
Conflito de Interesses: Nenhum

Como citar este artigo: Lise MLZ, Feijó FR, Lise MLZ, Lise CRZ, Campos LCE. Occupational dermatoses reported in Brazil from 2007 to 2014. An Bras Dermatol. 2018;93(1):31-7.

Correspondência:

Michelle Larissa Zini Lise
E-mail: dramizini@yahoo.com.br

 

Resumo

FUNDAMENTOS: As doenças ocupacionais são muito prevalentes no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento. As dermatoses ocupacionais são responsáveis por grande parte desses casos, ainda que estudos epidemiológicos acerca deste tema sejam raros no Brasil.
OBJETIVOS: Verificar o panorama de doenças de pele ocupacionais no Brasil, descrevendo a frequência de dermatoses relacionadas com o trabalho e seus padrões sociodemográficos.
MÉTODOS: Foram utilizados dados retrospectivos do Sistema de Informação de Agravos e de Notificação, de 2007 a 2014, tabulados com o programa Tab para Windows -TabWin12. A amostra é não probabilística, intencional, e a seleção é sequencial, tomando como casos todas as dermatoses ocupacionais notificadas.
RESULTADOS: Todos os casos de dermatoses ocupacionais referidos no período foram analisados (n=4.710). A idade mais afetada foi 35-49 anos, e o sexo, masculino. A área mais afetada foi membro superior (34,2%), incluindo a mão (25,4%). O campo 'agente causal' não foi declarado em 69,4% dos casos, sendo o cromo o mais prevalente relatado (11,8%). Os CIDs mais prevalentes foram L23, L24 e L25, correspondendo a 34,2% da amostra. No total, 29% dos pacientes precisaram de licença por doença. Nenhum caso evoluiu com óbito e houve 0,2% de invalidez total permanente.
LIMITAÇÕES DO ESTUDO: Chama a atenção a ausência de registro para vários itens presentes no Sistema.
CONCLUSÕES: O tratamento dos pacientes com dermatose ocupacional inclui a identificação do agente causal, sua remoção e o tratamento específico da doença. O atraso na realização do diagnóstico das dermatoses ocupacionais traz consequências sociais e financeiras no trabalho e na vida dos trabalhadores.

Palavras-chave: Dermatite de contato; Dermatite ocupacional; Doenças profissionais; Eczema

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