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Volume 22 Número 4

Artigos originais

Sobre algumas lucites por sensibilizadores vegetais


NICOLAU ROSSETTI1


1Prof. catedrático da Escola Paulista de Medicina, Biologista-chefe do Instituto Adolfo Luiz

Correspondência:
Rua Pernambuco, 46 (S. Paulo).

 

Resumo

O A. ocupa-se, nêste trabalho, de fitofotodermatoses devidas a contacto ¢om partes da figueira ou com seus frutos, dando especial relêvo à pigmentação que disso resulta. A hipercromia é posta em destaque como sinal diagnóstico fundamental, não só por se apresentar, às vêzes, como único sintoma e fotossensibilização como, também, pela côr e forma que lhe são próprias. A côr pardo-bronze tem matiz caraterístico; a forma sobreleva, ainda mais, em importância. Trata-se, na maioria dos casos, de manchas que não são inexpressivamente redondas, ovaladas ou irregulares. Pelo contrário, sua forma sugere, logo à primeira vista, a imagem de líquido que tivesse escorrido sobre a pele deixando, ao secar, a sua marca. As manchas maiores têm bordas onduladas que se desfazem, às vêzes, em filêtes serpeantes, dirigidos no sentido da declividade, entrecruzando-se de modo a delimitar ilhotas de pele normal. Outras manchas tomam o aspecto de salpicos, de gotas escorridas e mesmo de impressão digital. Tôdas revelam a preexistência da ação externa de uma substância líquida. A colaboração da luz como elemento desencadeador é indispensável, como o demonstrou KITCHEVATZ, porquanto a substância da figueira representa nêsses casos, o elemento fotocatalizador. O A. refere 9 observações próprias fazendo, de algumas, exposição minuciosa do quadro clinico e das circunstâncias que permitiram a realizaçio do fenõmeno, sobretudo no que diz respeito ao tempo decorrido entre o contacto com o líquido e o aparecimento das lesões. Verifica-se que a ação fotossensibilizadora permanece latente longo tempo, o que permite o aparecimento da dermatose à primeira insolação, mesmo quando se realiza muitos dias após o contacto. Outrossim, o A. faz notar que a lavagem da região imediatamente após o contacto não impede o aparecimento das lesões, ao contrárío do que afirmou STRATON. Em 3 dos casos observados pelo A. a fitofotodermatose apareceu após insolação apesar de ter sido a pele lavada depois do contato com o látex da figueira. A divergência com a afirmação de STRATON talvez esteja na dependência da intensidade maior ou menor do contacto. Finaliza o A. lembrando a hipótese de KUSKE sôbre a possibilidade de terem tôdas as fotodermites, devidas à ação sensibilizadora exógena-percutânea de substâncias vegetais, uma única etiologia. Seriam tôdas causadas por um mesmo grupo de substâncias químicas presente nas plantas capazes de fotossensibilização; segundo KUSKE, o das furocumarinas. A investigadores com possibilidade de trabalhar com substâncias de origem vegetal quimicamente puras fica o encargo de dizer a palavra decisiva a respeito.



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