¹Professor de Parasitologia da Escola de Medicina e Cirurgia e da Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil.

Correspondência:
Rua 12 de Maio, 223 (Rio).

 

Resumo

No presente trabalho é feita uma análise da bibliografia concernente aos dermatófitos e particularmente aos inquéritos sobre as dermatofitoses, da qual se chega às seguintes conclusões: 1 - Das 26 espécies de dermatófitos isolados no Brasil, 6 foram aqui descritas. Com exclusão do Trichophyton Roquettei Fonseca 1924, que grassa endemicamente em determinadas tribus de nossos selvagens, as demais espécies autóctones representadas pelo Microsporum flavescens, Horta, 1912, Microsporum circuluscentrum, Magalhães, 1924, Trichophyton multicolor, Magalhães et Neves, 1923, Trichophyton gamelleirai, Magalhães, 1935, são raras, sujeitas à discussão quanto à sua validade e destas provavelmente algumas cairão em sinonímia para outras espécies. 2 - Os dermatófitos habitualmente isolados no Brasil são constituidos por espécies provenientes do Velho Mundo e para aqui trazidos pela imigração. 3 - No Brasil as tinhas tonsurantes tricofiticas são em sua maioria produzidas pelo Trichophyton Sabouraudi Blanchard 1895, mais comum no Rio de Janeiro e pelo Trichophyton violaceum Sabouraud, 1902, em São Paulo. As tinhas tonsurantes microspóricas, tanto no Rio quanto em São Paulo e Minas Gerais são, na maioria dos casos, produzidas pelo Microsporum canisBodin, 1902. A tinha favosa é rara no Rio e relativamente freqüente em São Paulo, onde o seu principal agente é o Trichophyton Schoenleini (Lebert, 1845). 4 - Nas tinhas do tegumento glabro dos adultos, os principais agentes são o Epidermophyton floccosum (Harz, 1871) em São Paulo, o Trichophyton mentagrophytes (Robin, 1853) var. interdigitale Priestley, 1917, no Rio e o Trichophytom rubrum (Castellani, 1909) igualmente freqüente no Rio e em São Paulo. 5 - As oníquias dermatofíticas no Brasil são, na sua grande maioria, produzidas pelo Trichophytom rubrum (Castellani, 1909). 6 - Na distribuição dos dermatófitos por idades não há vantagem em separá-los por grupos etários, e sim em 2 grupos antes e após a puberdade, uma vez que a sua incidência em cada um dos dois grupos está em estreita relação com a conhecida imunidade dos adultos aos agentes das tinhas tonsurantes.

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