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Volume 27 Número 4

Trabalhos originais

Angiodermite de Gougerot e Blum ( dermatite liquenóide purpúrica e pigmentada de Gougerot e Blum)


A. PADILHA GONÇALVES1


1Assistente do Departamento de Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro e da Escola de Medicina e Cirurgia ( Catedrático: Prof. J. Ramos e Silva) - Rio de Janeiro

Trabalho do Departamento de Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro (Diretor: Prof. J. Ramos e Silva), tendo sido o caso apresentado na sessão de 31-10-951 da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sifilografia - Rio de Janeiro.

Correspondência:
Endereço do autor: Av. Ataulfo de Paiva, 1.105 Rio de Janeiro

 

Resumo

E'''' relatada a 2.ª observação feita no Brasil da angiodermite de Gougerot e Blum (dermatite liquenóide purpúrica e pigmentada de Gougerot e Blum). O 1.° caso visto neste país foi publicado por Bechelli, Zilberberg e Batista. O paciente, agora estudado, apresentava, nos membros inferiores, lesões clínicas e histopatológicas características da angiodermite de Gougerot e Blum. Além disso, era portador de blastomicose sulamericana, asma brônquica, "cór pulmonale" e queilite glandular simples. Nem a evolução destas doenças, nem o tratamento utilizado para as mesmas teve influência sôbre a angiodermite, a qual mostrou evoluir com inteira independência. Também o tratamento feito para a angiodermite (vitamina C, rutina, extrato hepático) em nada a alterou. Dos exames complementares do doente é de salientar: a presença de poliglobulia (citada em alguns casos de angiodermite), que no presente caso bem poderia ser um elemento compensador da insuficiência respiratória, e o teste com veneno de cobra, positivo em local próximo da angiodermite, e negativo em sítios distantes, mostrando que, se havia diminuição de resistência dos capilares, não era generalizada, mas sim limitada às zonas atingidas pela dermatose. Entretanto, o fato de observação mais importante foi que a angiodermite de Gougerot e Blum do paciente passou por fases evolutivas com morfologia ora da angiodermite de Schamberg, ora da de Favre, mostrando como êsses 3 tipos mórbidos são estreitamente ligados entre si. O grupo por êles formados se caracteriza pela tríade: vascularite, sufusão hemorrágica intracutânea e siderose residual. Já no grupo constituído pelos tipos Majocchi, Touraine e Crocker-Hutchinson, além disso, aparece mais pronunciado o componente telangiectásico. Por fim, é dada a classificação do grupo das angiodermites, feita por Ramos e Silva, sendo adotada essa denominação, por êle defendida, e sendo também apontados os argumentos que o levam a preferi-la à de capilarites ou hemo-sideroses. CONCLUSÕES 1 - De acôrdo com a opinião de Ramos e Silva, o têrmo "angiodermite" é o que melhor designa o grupo de dermatoses que se caracteriza por lesões dos capilares, vênulas e arteríolas da pele, depósitos de hemo-siderina e lesões dérmicas e epidérmicas, as quais, do ponto de vista clínico, se manifestam, sobretudo, sob a forma de púrpura e hiperpigmentaçao. 2 - O caso relatado é o segundo observado no Brasil de angiodermite de Gougerot e Blum (dermatite liquenóide purpúrica e pigmentada de Gougerot e Blum). 3 - O teste, feito no paciente, com veneno de cobra, parece demonstrar que a lesão dos vasos cutâneos não era generalizada, limitando-se às zonas de localização da angiodermite. 4 - A evolução da angiodermite de Gougerot e Blum, no caso relatado, mostrou que a mesma passou por fases em que a morfologia era, ora a da angiodermite de Favre, ora a da angiodermite de Schamberg, revelando o quanto são aparentados êsses três tipos mórbidos. 5 - A observação precedente mostra que os 3 tipos de angiodermite, de Gougerot e Blum, de Favre e de Schamberg poderiam constituir um grupo, enquanto que os tipos Majocchi, Touraine e Crocker-Hutchinson formariam outro grupo, caracterizado, morfològicamente, pela presença, predominante e mais pronunciada, do componente telangiectásico.



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ISSN-e 1806-4841

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