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Volume 26 Número 4

Editorial

Difteria cutânea com localização nos genitais externos masculinos


L. BATISTA


Livre-docente (L.M.B.) e assistente (L.B.) da Clínica Dérmato-sifiloráfica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. (Serviço do Prof. A. Pupo)

Correspondência:
r. Artur Azevedo, 566 (S. Paulo)

 

Resumo

Após fazerem uma revisão na literatura, detendo-se particularmente nos trabalhos dos dermatologistas brasileiros, apresentam os autores a observação de um caso de difteria cutãnea. Era o doente portador de cinco úlceras, das quais uma na raiz do pênis e as outras quatro no escroto. Tõdas elas apre¬sentavam os seguintes caracteres comuns: numulares, de forma arredondada, bordas quasi sempre elevadas, halo eritêmato-arroxeado e recobertas de um induto mais ou menos escuro, aderente. A histopatologia revelou perda de subs¬tância, cuja base é representada por um tecido intensamente necrosado, e o resto de conjuntivo em proliferação fibroblástica, com neoformação vascular e dilatação dos vasos (Zilbelberg). O diagnóstico diferencial, pela localização perineal e anogenital das lesões, foi feito com as úlceras desta região. Exame bacteriológico: presença de raros bacilos com a morfologia dos diftéricos, tendo sido positiva a cultura. Julgam os autores que o diagnóstico de difteria cutânea :-ide ser firmado pelo dermatologista, tendo em conta o conjunto dos dados, sejam êles clínicos, diagnóstico diferencial, bacteriológicos, histopatológicos, evo¬lutivos e terapêuticos. Não foi descoberta a fonte de contágio e, segundo o enférmo, não houve caso manifesto de difteria na sua família, não tendo sido possível examinar os contactos. Negou o doente a prática da felação. O tratamento pelo sóro (300.000 U.), associado à penicilina (6 milhões de unidades), durante quatro meses e meio determinou a regressão das lesões, exceto de uma. Da única lesão existente foi colhido material que ainda deu cultura positiva, quando o paciente teve alta, a pedido. Um mês e pouco depois o doente faleceu com enfarto do miocárdio. Chamam os autores a aten¬ção para a precariedade do tratamento em muitos casos, sobretudo nas formas flegmonosa e gangrenosa. Parece aos autores que em São Paulo, por singular coincidência e salvo omissão, só autores não ligados à dermatologia é que comunicaram observações de difteria cutânea, o que se explicaria, talvez, pela maior frequência da afecção entre as crianças, sendo estas encaminhadas para os serviços de pediatria e ao Hospital Emílio Ribas.



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