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Volume 31 Número 1

Editorial

Aspectos Dermatológicos e Viscerais da Esclerodermia Difusa e da Progressiva )Acro-Esclerose) (3 Casos)


L. M. BECHELLI1, W. P. PIMENTA2, L. C. FONSECA3


1Livre-docente da clínica dermatológica da Fac. de Med. da Univ. de S. Paulo.
2Assistente extranumerário da Clínica Dermatológica da Fac. de Med. da Univ. de S. Paulo.
3Livre-Docente de Clínica Propedêutica Médica da Escola Paulista de Med. e assistente voluntário do Serviço de Raios X Central de Hospital das Clínicas.

Trabalho das cátedras de Dermatologia e de Física Biológica e Aplicada da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Serviços do prof. J. Aguiar Pupo e do prof. R. Pais de Barros). Apresentado à IX Reunião Anual dos Dermato-Sifilógrafos Brasileiros, São Paulo, 1952.

Correspondência:
Endereço dos autores Rua Artur Azevedo, 566 São Paulo

 

Resumo

Estudam os autores as manifestações cutâneas e viscerais observadas em 3 doentes de esclerodermia (generalizada e progressiva). Põem em destaque não só o comprometimento da pele, como o de certos órgãos internos, referindo que já em fins do século passado este fato fora assimilado por Besnier, Doyon e outros dermatologistas franceses. A esclerose, nos dois doentes de esclerodermia generalizada, tomava grande extensão do tegumento, enquanto no caso de e. generalizada comprometia apenas as porções terminais dos membros e a face. Fênômenos vasomotores estavam presentes apenas em um cas, no de. e progressiva ou acroesclerose. Dores articulares e pigmentação difusa e reticulada nos três pacientes. Os músculos estavam mais intensamente atrofiados nos dois casos de esclerodermia generalizada. Alopecia, de intensidade variável, nas áreas esclerodérmicas. Alterações ungueais discretas. Calcinose cutânea ausente. Ao exame histológico da pele, espessamento e esclerose dos feixes conjuntivos. Procuraram os autores investigar a existência de eventuais distúrbios endócrinos, aos quais, freqüentemente, se atribui a afecção. Para avaliar a função da supra-renal foram feitos os seguintes exames: RPK I, RPK II. ITT. glicemia, dosagem de sódio, potássio e cloro no sangue, prova de Thorn, hemograma, pressão arterial, radiografia simples do abdomem (para surpreender eventual calcificação da supra-renal), A exploração funcional da paratireóide foi realizada pela dosagem de cálcio, fósforo e fosfatase no soro; foi feito exame radiológico para a evidenciação de distrofia óssea generalizada e pielografia (calculose renal?). Dos três doentes observados, apenas um (Luiz S. N.) apresentava provável insuficiência supra-renal, por ter sido positivo o RPK I e RPK II, corroborando com a pigmentação cutânea e hipotensão existentes. Os outros dois pacientes não apresentavam quaisquer elementos que permitissem evidenciar disfunção da supra-renal e paratireóide. O estudo deve ser ampliado, a fim de permitir deduções mais seguras no setor endócrino. Aparelho digestivo: o primeiro caso (W.B.S.) apresentava extenso comprometimento do aparelho digestivo, com alterações oro-faringeanas, esofágicas. gástricas e intestinais, com acentuado grau de desnutrição. No segundo paciente não obstante não houvesse sintomatologia gastro-enterológica evidente, eram acentuadas as alterações esofagoscópicas e radiológica evidente, eram acentuadas as alterações eofagoscópicas e radiológicas encontradas. O terceiro doente (B.C.L.), também sem manifestações anamnésticas pronunciadas, já apresentava mareados distúrbios, principalmente funcionais, desde a deglutição dificultosa até trânsito lento faringo-esofagiano, com estase neste último segmento e rigidez gástrica, sendo de ressaltar o aspecto de intestino delgado "parado" e deficiência motora de grau médio do cólon. Dois doentes não apresentavam manifestações clínicas ou radiológicas de comprometimento do aparelho respiratório. Um deles (W.B.S.) tinha fibrose intensa bilateral, do terço superior de ambos os pulmões, vindo a falecer mais tarde de tuberculose pulmonar. A discussão deste caso poderá ser melhor analisada no texto. Aparelho circulatório: o primeiro caso (V.B.S.) apresentava, miocárdio-esclerose sem sinais de insufiência cardíaca congestiva durante todo o tempo em que o observaram. O exame anátomo-patológico, realizado um ano depois de tê-lo perdido de vista, evidenciou hipertrofia e dilatação do coração direito, com estase passiva do fígado. O segundo doente (L.M,S.) só era portador de distúrbios circulatórios periféricos. O terceiro (B.C.L.), era normal. Clinicamente normais dois doentes, para o lado dos rins. O paciente W. B.S. (caso I) apresentava hiperazotemia, ligeira acidose e proteinúria; o exame anátomo-patológico demonstrou o quadro de nefrose.



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ISSN-e 1806-4841

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